quinta-feira, 7 de julho de 2011
Saúde de Timon Recebeu 17 milhões, mais nem braço engessa.
Foto acima do único Pronto Socorro de Timon: Funcionamento precário
Se tem um gargalo na administração da prefeita de Timon, Socorro Waquim, este é a saúde pública prestada pelo município. No setor são inúmeros os problemas: Falta constantemente medicamentos na Farmácia Básica , o principal hospital mantido pela prefeitura, o Pronto Socorro Municipal, funciona precariamente e a população não pára de reclamar da falta de um atendimento decente e até mesmo da constante ausência de médico. Mesmo com esses problemas, a Secretaria Municipal de Saúde de Timon nunca deixou de receber recursos do Ministério da Saúde. Com gestão plena, somente este ano já foram enviados para o município mais de 16 milhões de reais.
Dias atrás, a reportagem do jornal O Timonense ouviu um desabafo do promotor Eduardo Borges( na foto de óculos). Ele disse que o prédio do Ministério Público em Timon havia se transformado num local de sofrimento, cheio de timonenses a procura de ver seus direitos serem respeitados pelo poder público.
Na oportunidade, o promotor disse que recebia reclamações da educação e assistência social, mas era na saúde o setor de maior reclame, onde os timonenses corriam ao ministério público pedindo que intercedesse junto a justiça e obrigasse a secretaria a pagar uma medicação ou uma cirurgia.
O empresário João da Gráfica(foto camisa azul escura) é vizinho do principal hospital do município, o Pronto Socorro Municipal. Ele conta que cansou dever parentes de pacientes saírem reclamando da falta de médico, remédios e equipamentos naquela unidade de saúde.
“Dias atrás presenciei a família de um doente cotizando entre eles um dinheiro para comprar um medicamento que não tinha no hospital ”, diz.
Expectadores diários do problema no hospital são também os mototaxistas que trabalham nas imediações do Pronto Socorro. Um deles que pede para não ser identificado, contou a reportagem do jornal O Timonense que já presenciou uma senhora idosa de aproximadamente 70 anos chegar ao hospital com o braço quebrado. “Ela agonizou foi muito na porta do hospital. Não tinha médico e foi obrigado levarem de ambulância para Teresina”, conta ele.
Por sugestão do deputado estadual da época, Chico Leitoa, uma comissão de deputados da assembléia Legislativa do Maranhão visitou o Pronto Socorro Municipal em dezembro do ano passado acompanhados do Secretário de Saúde de Timon, Neto Neiva. Chamou a atenção dos parlamentares as condições de funcionamento do hospital. Estava sujo e quase sem nenhum paciente internado, denúncia evidente de que o pronto Socorro tem sérias dificuldades em cuidar dos doentes que lhe procuram socorro médico.
Em conversa com nossa reportagem, o ex-deputado Chico Leitoa(na foto à esquerda) não alivia com o Secretário Municipal de Saúde, Neto Neiva. Para ele, o principal problema da saúde municipal é de gestão.
O próprio vereador da base da prefeita, médico Luis Firmino de Sousa, Dr. Tuá(foto abaixo), não pára de alertar que o município vai muito mal neste setor. Dias atrás ele denunciou que a mortalidade infantil por óbitos evitáveis, aqueles que ocorrem por falta de um atendimento médico adequado, enquanto caiu em todo o Brasil, aumentou em Timon.
“A situação está tão séria que o timonense não pode nem quebrar um braço, pois se isso ocorrer aqui não tem mais nenhuma clínica engessando braço, perna pé ou outro na cidade”, informou Dr. Tuá.
A única clínica que realizava esse tipo de serviço pelo SUS conveniada com a prefeitura, a Clifor, suspendeu o atendimento. Não se sabe o motivo, mas suspeita-se que tenha sido atraso no pagamento dos serviços prestados pela clínica, pois no ano passado o dono da unidade de saúde, Dr. Sóther Douville, chegou a procurar a promotora Selma Regina Martins para reclamar que a Secretaria Municipal de Saúde estava atrasando os repasses.
Nos próximos dias 8, 9 e 10 de julho acontecerá a Conferência Municipal de Saúde de Timon, oportunidade em que membros da sociedade e representantes de entidades discutem as políticas públicas de saúde aplicadas no município, detectando seus problemas e propondo soluções. Seria muito bom se os participantes fossem fundo nos problemas do setor e tentassem descobrir porque a Secretaria Municipal de Saúde de Timon já recebeu este ano quase 17 milhões de reais e continua prestando um péssimo serviço a população.
(Matéria publicada no Jornal O Timonense)
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