quarta-feira, 30 de março de 2011

Eleição de Roseana Sarney no Maranhão é contestada em duas ações no TSE.

Por: Balaio Maranhão

Brasília – A eleição da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, está sendo questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por duas ações que pedem a cassação do diploma que permitiu que ela e seu vice, Joaquim Washington de Oliveira, tomassem posse nos cargos. Em ambos os casos, os autores afirmam que houve abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meio de comunicação durante a campanha eleitoral.

Uma das ações é de autoria de José Reinaldo Tavares (PSB), que concorreu ao Senado. Ele afirma que Roseana Sarney firmou, em junho de 2010, 979 convênios com praticamente todas as prefeituras com desvio de finalidade, às vésperas de convenção partidária. Outra fraude seria a transferência de verbas do Fundo Estadual de Saúde a prefeituras de aliados.

Tavares também contesta o fato da governadora ter criado o programa social Viva Casa às vésperas do ano eleitoral por meio de resolução, além de ter usado a máquina pública para divulgar seu nome em publicidade de ações do governo. Ele também diz que a contratação da empresa de publicidade da campanha ocorreu antes da solicitação do registro de candidatura, período em que os candidatos ainda não podiam captar verbas.

Outro político que também questionou a eleição de Roseana Sarney e seu vice foi o candidato a deputado estadual José Maria da Silva Fontinele (PRTB). Ele afirma que os dois usaram os meios de comunicação social de forma indevida para a reeleição. “Não se pode permitir que a máquina administrativa seja usada para reforçar ou alavancar campanha eleitoral de qualquer candidato, em verdadeiro atentado ao princípio republicano”, disse.

Fontinele contesta ainda que a governadora tomou posse, em abril de 2009, sem se afastar para a reeleição.“O governador empossado por assunção, como foi o caso, teria o dever de desincompatibilizar seis meses antes do pleito a fim de concorrer para o exercício subsequente”.

Fonte: Agência Brasil

Veja frases que marcaram a trajetória de José Alencar.



Empresário e ex-vice-presidente da República, José Alencar ganhou notoriedade, entre outros motivos, pela franqueza com que abordava sua luta contra o câncer.

Veja abaixo algumas das frases de Alencar sobre o tratamento contra a doença e a parceria com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros temas que marcaram sua vida.


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Em novembro de 2009, Alencar foi homenageado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Emocionado após o discurso de Lula, ele falou sobre a parceria entre os dois.

- Tenho consciência de que só sou vice-presidente graças a Lula. As pessoas não votam no vice, votam no candidato a presidente. [...] Tem valido a pena acompanhar seu admirável trabalho.
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Empresário de sucesso – ele foi o fundador da empresa têxtil Coteminas –, Alencar sempre criticou a taxa de juros cobrada no Brasil.

- Queremos que as pessoas estejam sempre em condições de consumir e comprar o que precisam. Para isso, as taxas de juros precisam cair. O consumidor não pode ficar pagando essa taxa que paga. Isso atrapalha o desenvolvimento do país.
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Em fevereiro de 2010, ao ser homenageado pelo Congresso Nacional, Alencar negou que tivesse medo da morte, ao falar sobre a doença que enfrentava desde 1997.

- Se Deus quiser me levar, ele não precisa de câncer pra isso. [...] Tudo indica que Deus não quer me levar agora. 
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Em abril de 2010 Alencar desistiu de concorrer ao Senado. Segundo ele, não seria “honesto” com o eleitorado entrar em uma disputa consciente de que seu estado de saúde era frágil.

- Sempre disse que só aceitaria examinar uma candidatura se eu estivesse curado. Eu me sinto curado porque estou muito bem, mas continuo fazendo quimioterapia e não sei se seria honesto colocar o meu nome como candidato fazendo a quimioterapia. E eu não posso parar com a quimioterapia.

Naquela época, ele admitiu que o entristecia deixar a política.

- Meu futuro também não é tão longo e eu quero ficar mais livre também. Quando eu era senador frequentava normalmente um restaurante em Brasília, agora não posso mais fazer isso. Essa liberdade também é importante. De certa forma me entristece sair da política, mas no meu caso estou saindo. Mas estou feliz com a minha decisão. 
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Em uma das vezes em que foi internado, em julho de 2010, Alencar disse que não mudaria sua alimentação, mesmo após ter sido submetido a um cateterismo para desobstruir uma artéria.

- Eu já tenho mudado muito a alimentação, mas como muita gente fala da minha resistência, eu digo que pode ser por causa da minha [má] alimentação. Ovo frito e carne de porco não fazem mal. Antigamente, só havia gordura de porco e ninguém morria assim.
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Em abril de 2010, o ex-vice-presidente contou que quase caiu no trote do falso sequestro. Alencar contou que pensou que sua filha havia sido sequestrada, mas disse que tentou manter a calma durante a negociação com o falso sequestrador.

- Eu fiquei altamente preocupado. Mas o papai me ensinou que o desespero não ajuda. Me mantive calmo. Agora está tudo bem. 

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No ano passado, Alencar se viu em meio de uma polêmica. A Justiça de Minas determinou que o vice-presidente reconhecesse a professora aposentada Rosemary de Morais como sua filha. O processo corria na Justiça desde 2000. Ele, porém, recorreu e, em entrevista ao programa do Jô Soares, da TV Globo, disse que não iria “ceder a chantagens”. 
- Não há uma pessoa que tenha dito que essa mulher foi vista comigo algum dia. Então como não há nenhum indício então as pessoas pegam por aquilo, ou fazem o DNA ou não fazem. [...] Então eu não vou me submeter a uma coisa dessa de forma nenhuma. Do contrário, todo mundo vai chegar e dizer você tem que fazer isso, fazer aquilo, com uma chantagem qualquer. E eu não estou habituado a ceder a chantagens.
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Em 1º de janeiro de 2011, Alencar, ainda hospitalizado, não pôde participar da posse da presidente Dilma Rousseff. Ele, contudo, vestiu um terno e disse que estava pronto para ir a Brasília. Debilitado, ele não pôde ir, embora sempre tenha dito que fazia questão de descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Lula.

- Só não fui porque não me deixaram ir.

Naquele mesmo dia, Alencar resumiu sua participação no governo.

- Foi um governo que vai deixar muita saudade. 
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No dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, Alencar foi liberado pelos médicos para ser homenageado na prefeitura da capital paulista. Após receber uma medalha da presidente Dilma Rousseff, ele discursou e, mais uma vez, lembrou sua luta contra o câncer. Com a voz fraca e visivelmente debilitado, o ex-vice falou sentado em uma cadeira de rodas para cerca de 400 pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- O período longo em que fiquei ativo me trouxe essa dificuldade de locomoção. Estou fazendo fisioterapia e estou melhorando. [...] Não posso me queixar, mas tenho de fazer a minha parte. Estou lutando para não morrer e estamos vencendo com a força de Deus. E seja qual for o resultado, será uma vitória nossa.

Em um momento de grande emoção, Alencar afirmou que seria um "privilégio" morrer naquele momento, depois de tudo que já havia enfrentado.

- Se eu morrer agora, é um privilégio para mim, que a situação está tão boa, que não tem como melhorá-la.

Cortejo de Alencar em BH usará carro que levou corpo de Tancredo.

Ex-vice-presidente defendia parceria com Lula e transparência ao abordar doença.


O cortejo fúnebre que levará o corpo do ex-vice-presidente José Alencar em Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (31), terá os mesmos carros que foram usados após a morte de Tancredo Neves, em 1985.

Os dois modelos da American LaFrance, ambos fabricados em 1959, irão levar o corpo do ex-vice-presidente no trajeto que sai da Base Aérea da Pampulha e vai até o Palácio da Liberdade, onde será o velório. Todas as vias serão interditadas a partir das 6h30.

Atualmente, os dois automóveis são usados apenas para eventos solenes, como funerais de autoridades públicas e festas religiosas. Eles foram empregados também no cortejo de Aureliano Chaves, vice-presidente da República entre 1979 e 1985.

Os bombeiros vão mobilizar 40 oficiais, além de viaturas de resgate e médicos. O efetivo da Polícia Militar também estará espalhado por todo o trajeto.

Na chegada ao Palácio da Liberdade, o corpo do ex-vice-presidente será recebido por soldados do regimento Dragões da Independência. Como se trata de um funeral com honras de chefe de Estado, o caixão será carregado por oito homens, representantes do Exército, da Aeronáutica, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.



Por volta de 13 horas, o corpo sairá do local em um carro funerário, escoltado por policiais, em direção ao Cemitério Parque Renascer, em Contagem (MG). Alencar será cremado.

A polícia mineira não calculou a expectativa de público para o velório, mas diz esperar um número maior que o registrado no velório realizado nesta quarta (30) no Palácio do Planalto, em Brasília. Até o início da noite de hoje, pouco mais de 4.000 pessoas haviam participado do adeus a Alencar na capital federal.

VERGONHA..Cansados de tanto esperar por providências do governo Roseana Sarney, alunos realizam reforma de escola do Estado.


No dia 24 de abril de 2010 o Jornal Pequeno recebeu uma denúncia sobre a falta de infraestrutura que atravessa o prédio onde funciona o Centro de Ensino Médio Margarida Pires Leal (antigo Iema), localizado na Avenida dos Franceses, no bairro da Alemanha. A escola, segundo declarou alguns estudantes na época ao JP, estava praticamente abandonada.
Os alunos relataram à reportagem na oportunidade que o governo do Estado havia prometido reformar o prédio, mas a única intervenção que ocorreu, segundo eles, foi a pintura do muro com a frase “Governar é cuidar das pessoas”.
As paredes do prédio estavam tomadas por infiltrações, os pisos das salas de aulas rachando e o teto cedendo, oferecendo risco de vida aos alunos.


Três dias depois, técnicos do setor de engenharia da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) estiveram no Centro de Ensino Médio Margarida Pires Leal para averiguar denúncias de que a escola estaria funcionando com graves problemas de infraestrutura. Foi assegurado que a reforma completa do prédio será feita o mais rápido possível.
No entanto, a reforma que a Seduc prometera foi realizada, na verdade, pelos próprios estudantes. Cansados de esperar por melhorias na infraestutura e revoltados com a situação em que se encontrava o prédio, os estudantes se uniram no dia 21 de dezembro para fazer uma função que é de responsabilidade do poder público.
Como mostram as fotos, os alunos do Margarida Pires Leal meteram a ‘mão na massa’, pegando em pincéis, lixas e latas de tinta.


O mais grave é que a mão de obra utilizada na tal ‘reforma’ foi de menores de idades, o que, na prática, caracteriza exploração do trabalho infantil. Entramos em contato com o Conselho Tutelar da área para comentar as denúncias, mas ninguém do órgão foi localizado.
O blog tomou conhecimento do problema por meio de fontes ligadas à escola que, através de fotos tiradas com o celular, flagraram as dificuldades existentes na unidade de ensino.
Enquanto o governo Roseana gasta mais de R$ 4,5 milhões em publicidade para tentar passar a população que a Educação do Maranhão passa por uma revolução, em contrapartida professores estão em greve sem dar aulas e alunos têm que empenhar a força de trabalho a fim garantir um ambiente de aula confortável e seguro. Esse é o ‘melhor governo da vida’ de Roseana.

terça-feira, 29 de março de 2011

Rubens Pereira Júnior, cobra novo Estatuto do Educador ao governo do estado.

 Fonte: Assembléia Legislativa do Maranhão.  
Dep. Rubens Júnior
O deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB) cobrou do governo do Estado, na manhã desta terça-feira, 29, medidas urgentes com o objetivo de encaminhar a Assembleia Legislativa o projeto de lei que dispõe sobre o novo Estatuto do Educador e por fim à greve deflagrada há um mês. Para ele, o Governo tem condições de executar o novo estatuto, mas não faz porque não quer.
Rubens Júnior lembrou que um dos primeiros compromissos do atual governo, desde que assumiu em 2009, foi alterar o Estatuto do Educador. Com esse objetivo foi montado um grupo de trabalho, formado por representantes da Secretaria de Educação e do Sindicato dos Professores. Dois anos depois, o projeto de lei nunca chegou à Assembleia Legislativa.
Ele destacou que o projeto traz melhorias em todos os sentidos para o campo educacional do Estado; ele abrange não apenas a questão da recomposição salarial do magistério, mas também a melhoria da qualidade de ensino.
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Ao afirmar as condições do governo para implantar o novo Estatuto, Rubens Júnior lembrou um pronunciamento que fez na última quarta-feira, 23, usando dados do Relatório de Execução Orçamentária.
Ele fez um comparativo entre os gastos do governo com a função educação no ano de 2010 e o seu planejamento para 2011. Com base na lei orçamentária, ele mostrou que o governo cortou R$ 300 milhões para este ano, visto que em 2010 os gastos totalizaram R$ 1,4 bilhão e a previsão para 2011 é de R$ 1,1 bilhão.
“O Governo do Estado então tem dois caminhos: ou está cortando R$ 300 milhões para função educação, e isso é crime, ou está mentindo”, declarou.
O governo usa o número de R$ 1,1 bilhão para justificar a impossibilidade de aplicar o Estatuto do Educador. Para Rubens Júnior, esse argumento não se sustenta, pois em 2009 o governo recebeu do Fundeb 1,39 bilhão e o repasse aumentou para R$ 1,155 bilhão, em 2010.
Baseado em outros números do Relatório de Execução Orçamentária, disponível no Portal da Transparência, Rubens Júnior revela que o governo diz ter gasto R$ 738 milhões com educadores em 2010 e R$ 765 milhões com a mesma rubrica em R$ 2009. Um corte, portanto de R$ 27 milhões.
“O deputado César Pires já tentou vir a esta Casa explicar, mas infelizmente ele não pode responder pelo ano de 2010, porque ele não era Secretário de Educação”, lembrou Rubens Júnior, reforçando a necessidade de o governo oferecer uma justificativa. “Uma semana se passou e o Governo ainda não veio dizer que os números que eu apresentei foram os números errados”, declarou.
COMISSÃO
Durante o discurso, Rubens Júnior pediu à Mesa Diretora que formasse uma comissão de deputados para se reunir com representantes do sindicato dos professores, depois da sessão ordinária. Ele solicitou que o presidente da Comissão de Educação da Casa, deputado César Pires (DEM) participasse da reunião.
“Vamos sair do campo dos discursos e mostrar que a Assembleia Legislativa quer também somar esforços e encontrar uma solução”.

Twitter de secretaria paulista publica: 'PQ foi o Alencar e não o #Sarney?'


Mensagem da Secretaria de Cultura foi publicada após morte de ex-vice.
Órgão pediu desculpa e disse que 'mensagem foi postada indevidamente'.

Do G1, em São Paulo
Mensagem publicada no Twitter de Secretaria de Cultura de SP (Foto: Reprodução)Mensagem publicada no Twitter de Secretaria de
Cultura de SP (Foto: Reprodução)
O Twitter da Secretaria de Cultura do Governo de São Paulo publicou no Twitter, alguns minutos após o anúncio da morte do ex-vice-presidente da República José Alencar, a frase "PQ foi o José Alencar e não o #Sarney?". A gafe foi apagada logo após a publicação, mas diversos internautas já haviam repercutido a mensagem.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão do governo paulista, o erro foi cometido por um funcionário que, ao usar um programa gerenciador de múltiplas contas do microblog, pensou estar usando sua conta pessoal e acabou utilizando o perfil oficial da Secretaria.
A Secretaria de Cultura postou um esclarecimento na própria rede social, afirmando se tratar de uma "mensagem postada indevidamente no nosso perfil", que não refletiria "a posição oficial da Secretaria". "Lamentamos o ocorrido", diz ainda.
Em fevereiro, a conta oficial do Supremo Tribunal Federal publicou uma piada sobre o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A mensagem dizia o seguinte: "Ouvi por aí: 'agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?".
A Secretaria de Comunicação Social do STF divulgou nota pedindo desculpas ao senador, afirmando que uma funcionária terceirizada foi a responsável pela publicação. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, que não aplique punição à funcionária terceirizada.

Mais vamos falar serio, Sarney é tão ruim que nem mesmo o diabo o quer no inferno.

Morre aos 79 anos o ex-vice presidente da república José Alencar


Nos últimos 13 anos, Alencar enfrentou batalha contra o câncer.
Ele passou por diversas cirurgias e buscou tratamento alternativo nos EUA.

Do Globo.com
José Alencar (Foto: Futura Press)O ex-vice José Alencar (Foto: Futura Press)
O ex-vice-presidente da República José Alencar, 79 anos, morreu às 14h41 desta terça (29), no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em razão de câncer e falência múltipla de órgãos, segundo informou o hospital.
Após conversar com Josué Alencar, filho do ex-vice, a presidente Dilma Rousseff afirmou em Portugal que o velório será no Palácio do Planalto, em Brasília, aberto à visitação pública e com previsão de início às 10h30.
"Foi uma grande honra ter convivido com ele. Vai deixar uma marca. Estamos muito emocionados", afirmou Dilma.
Na quinta (31), o corpo também será velado em Belo Horizonte, no Palácio da Liberdade.
Em Portugal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou ao falar sobre a morte do ex-vice. "Conheço poucos seres humanos que tenham a alma de José Alencar, a bondade dele”, disse.
Primeiro ministro a se manifestar sobre o assunto nesta terça, Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, também se emocionou ao receber a notícia durante uma entrevista (saiba o que disseram outros políticos e personalidades).
A morte de Alencar também repercutiu no exterior. O presidente da República em exercício, Michel Temer, decretou luto oficial de sete dias.
Na UTI
Na última das várias internações, Alencar estava desde segunda (28) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com quadro de suboclusão intestinal.
O ex-vice-presidente lutava contra o câncer havia 13 anos, mas nos últimos meses, a situação se complicou.
Após passar 33 dias internado – inclusive no Natal e no Ano Novo –, o ex-vice-presidente havia deixado o hospital no último dia 25 de janeiro para ser um dos homenageados no aniversário de São Paulo.
A internação tinha sido motivada pelas sucessivas hemorragias e pela necessidade de tratamento do câncer no abdômen. No dia 26 de janeiro, recebeu autorização da equipe médica do hospital para permanecer em casa. No entanto, acabou voltando ao hospital dias depois.
Durante o período de internação, Alencar manifestou desejo de ir a Brasília para a posse da presidente Dilma Rousseff. Momentos antes da cerimônia, cogitou deixar o hospital para ir até a capital federal a fim de descer a rampa do Palácio do Planalto com Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele desistiu após insistência da mulher, Mariza. Decidiu ficar, vestiu um terno e chamou os jornalistas para uma entrevista coletiva, na qual explicou por que não iria à posse e disse que sua missão estava “cumprida”.
Na conversa com os jornalistas, voltou a dizer que não tinha medo da morte. “Se Deus quiser que eu morra, ele não precisa de câncer para isso. Se ele não quiser que eu vá agora, não há câncer que me leve”, disse.
No mesmo dia, ele recebeu a vista de Lula, que deixou Brasília logo após a posse de Dilma.
Internações
Os últimos meses de Alencar foram de internações sucessivas. Em 9 de fevereiro, ele foi hospitalizado devido a uma perfuração no intestino.
O ex-vice-presidente já havia permanecido internado de 23 de novembro a 17 de dezembro para tratar uma obstrução intestinal decorrente dos tumores no abdômen. No dia 27 de novembro, foi submetido a uma cirurgia para retirada de parte do tumor e de parte do intestino delgado.

No dia 25 de outubro, voltou ao Sírio-Libanês ao apresentar um quadro de suboclusão intestinal. Dias após a internação, ainda no hospital, sofreu um infarto no fim da tarde do dia 11 de novembro. Foi submetido a cateterismo, “que não mostrou obstruções arteriais importantes”.Alencar passou alguns dias na UTI Cardiológica e começou a fazer sessões de hemodiálise depois que os médicos detectaram piora da função renal. Em setembro de 2010, foi internado em razão de um edema agudo de pulmão.
Batalha contra o câncer
O ex-vice-presidente travou uma longa batalha contra a doença. Nos últimos 13 anos, enfrentou uma série de operações e tratamentos médicos. Foram mais de 15 cirurgias. Em abril de 2010, desistiu da candidatura ao Senado para se dedicar ao tratamento do câncer.
Desde 1997, foram mais de dez cirurgias para retirada de tumores no rim, estômago e região do abdômen, próstata, além de uma cirurgia no coração, em 2005.
A maior delas, realizada em janeiro de 2009, durou quase 18 horas. Nove tumores foram retirados. Exames realizados alguns meses depois, no entanto, mostraram a recorrência da doença.
Também em 2009, iniciou em Houston, nos Estados Unidos, um tratamento experimental contra o câncer. Alencar obteve autorização para participar, como voluntário, dos testes com um novo medicamento no hospital MD Anderson, referência no tratamento contra a doença. O tratamento não surtiu o efeito esperado e o então vice-presidente voltou a fazer quimioterapia em São Paulo.
José Alencar era casado com Mariza Campos Gomes da Silva e deixa três filhos: Josué Christiano, Maria da Graça e Patrícia.
Tratamento no exterior
O tratamento experimental nos EUA em 2009 não foi a primeira tentativa de Alencar de obter a cura fora do país. Ele já havia viajado para os Estados Unidos em 2006 para se tratar com especialistas. No ano seguinte, no entanto, os exames mostraram que o câncer havia se espalhado para o peritônio, uma membrana que reveste as paredes do abdômen.

Com a saúde fragilizada, o ex-vice-presidente também foi internado por outros problemas. Em novembro de 2008, durante uma visita a Resende (RJ), teve fortes dores abdominais. O diagnóstico foi enterite (inflamação intestinal). Segundo os médicos, não havia relação com o câncer. Vinte dias depois, ele foi internado novamente, com quadro de insuficiência renal. Recebeu alta dois dias depois.Iniciava-se, então, a série de cirurgias na região. Em 2008, foram três internações. Em janeiro e em julho, exames mostraram uma reincidência de tumores abdominais. Em agosto, Alencar começou tratamento com um novo medicamento, a Trabectedina.
Sempre bem-humorado nas sucessivas vezes em que deixou o hospital Sírio-Libanês, chegava a brincar com seu próprio quadro clínico. "Estou melhor do que das outras vezes", repetia.

Problemas de saúde ‘paralelos’Após a maior das cirurgias, em 2009, Alencar saiu do hospital dizendo que não temia a morte. “Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho", afirmou. “Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele.”
O ano de 2010 começaria com uma boa notícia para o então vice-presidente. O tumor que tratava vinha apresentando redução, segundo o hospital.
Alguns meses mais tarde, no entanto, ele começou a ter problemas de saúde “paralelos” ao câncer.
No início de maio, numa das idas ao hospital para a quimioterapia, apresentou pressão alta. Exames apontaram isquemia cardíaca e uma “obstrução grave” numa das artérias.
Alencar então passou por um cateterismo e uma angioplastia e recebeu um “stent”, um mecanismo que “alarga” a artéria. No total, ficou nove dias internado.
No final do mesmo mês, queixando-se de fadiga, foi internado novamente. Após exames, o hospital constatou que ele estava anêmico e tinha um “quadro congestivo pulmonar”, consequência da quimioterapia.
O tratamento, no entanto, continuava a dar resultados positivos, com a redução dos tumores.
No final de agosto, contraiu uma infecção, que foi tratada com antibióticos. Ele seria internado novamente poucos dias depois, no início de setembro, com o diagnóstico de edema agudo de pulmão. Foram mais seis dias no hospital.