quarta-feira, 16 de maio de 2012

Não vai faltar comida.


Os alimentos comprados para consumo da governadora Roseana Sarney e de seu vice em 2012 passam de 68 toneladas
DANILO THOMAZ. COM ANGELA PINHO (Revista Época)
FARTURA. A governadora Roseana Sarney. Em 2012, o consumo em seus palácios custará 40% a mais que em 2011 (Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A Press)
Era 1966. Depois de vencer a eleição para governador do Maranhão, o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB), autorizou que os festejos de seu triunfo fossem filmados pelo diretor Glauber Rocha, um dos maiores cineastas da história do país. Em seu discurso de posse, captado pela lente de Glauber, um cativante Sarney aparece dizendo que o Maranhão de 1966 não suportava mais “o contraste de suas terras férteis com a miséria”. Quase meio século depois, a desigualdade persiste e é reafirmada pela abundância de comida na casa da governadora e filha do orador de outrora, Roseana Sarney (PMDB).
No fim do ano passado, o Diário Oficial do Maranhão publicou os editais para a contratação de empresas fornecedoras de alimentos perecíveis e não perecíveis para as residências oficiais e para a casa de veraneio da governadora e do vice-governador, Washington Luís. Os documentos informam que, ao longo de 2012, o governo poderia gastar até R$ 1,67 milhão em comes e bebes nessas três moradias. Esse valor, 80% maior do que o previsto em 2011, chamou a atenção dos poucos deputados estaduais oposicionistas. Nos detalhes, a lista de mantimentos de Roseana e de seu vice também é notável. Os minuciosos editais especificam a marca de cada produto que deve ser adquirido, o peso unitário e seu respectivo preço. São 410 tipos de comestíveis, que somam 68,2 toneladas de comida, o suficiente para alimentar, ao longo de 12 meses, 31 leões, os animais que dão nome ao palácio que sedia o governo maranhense. Entre outros mantimentos, os editais falam em 8,3 toneladas de carne bovina de vários tipos, 384 quilos de peru, 160 quilos de lagosta fresca, 594 dúzias de ovos vermelhos e 3,7 toneladas de camarão.
Os copos, logicamente, não poderiam ficar vazios. Na licitação de bebidas para os chefes do Executivo maranhense, a relação também zela por quantidade, qualidade e diversidade. Foram listados 64 itens, que somam 23.417 litros de alcoólicos e não alcoólicos. Além dos sucos e dos 19.433 litros de refrigerante de várias marcas, o edital fala em 1.275 litros de cerveja, 452 garrafas de espumante, 193 de uísque, 367 de vinho, 82 de “vodka sueca” e 68 de licor. Tem mais: das 193 garrafas de uísque, segundo o edital, 113 precisam ser “importado scotch deluxe extra special 12 anos”.
A pedido da reportagem de ÉPOCA, um grupo de alunos do curso de nutrição das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de São Paulo calculou as calorias totais de todos os produtos sólidos, líquidos e pastosos listados nos editais de comes e bebes dos palácios do Maranhão. São 154 milhões de calorias, o suficiente para alimentar 211 pessoas ao longo de um ano. No Rio Grande do Norte, o sistema de compras é similar ao do Maranhão. Lá, na última licitação, o valor anual para o fornecimento de alimentos para a residência oficial da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o hangar e a Casa Civil ficou em R$ 78.585,30. Não chega a 5% da conta de Roseana Sarney.
No Maranhão, o fornecimento dos alimentos ficou a cargo de três empresas. A CEG Fiquene conquistou os lotes de frutas e verduras, frios, carnes, frutos do mar, doces e condimentos. A RNP Castro, que em anos anteriores já fornecera duas vezes para as residências oficiais maranhenses, entra agora com as bebidas alcoólicas. A terceira empresa vencedora foi a Licitar Comércio, que atende Roseana e seu vice com sorvetes e polpas de fruta. No edital de 2011, estavam separados os alimentos que iriam para a residência da governadora e os alimentos do vice. Neste ano, sem a separação, não é possível comparar quanto cada um consome.
O governo diz que as compras agrupadas “possibilitam descontos maiores pelo fator ‘economia de escala’”, segundo nota enviada pela assessoria de comunicação do Palácio dos Leões. A esperada austeridade não se confirmou, já que as despesas cresceram. Em 2011, o valor máximo estimado nos editais era de R$ 916.225, dos quais R$ 813.099 foram contratados. No edital de R$ 1,67 milhão deste ano, segundo o governo, R$ 1,14 milhão foi contratado. Em um ano, portanto, sempre de acordo com os números do próprio governo, os valores contratados cresceram 40% – metade do aumento estabelecido inicialmente. Comidas e bebidas para eventos e jantares com convidados são contempladas num outro processo de licitação.
Num primeiro contato com a reportagem, a assessoria do Palácio dos Leões informou que os alimentos listados nos editais não servem para atender apenas a governadora e a seu vice, como aparece no Diário Oficial. Serviriam também para alimentar funcionários da Casa Civil, empregados do Cerimonial e até da guarda dos dois palácios. Tudo somado, segundo o governo, as compras serviriam para atender 82 pessoas ao longo de 2012. Num segundo contato, a assessoria do Palácio incluiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos e o Corpo de Bombeiros entre os órgãos contemplados pelos editais.
A Casa Civil maranhense tem outra fonte de recursos alimentares. O governo promoveu outra grande licitação para comprar comida em 2012, o pregão 023/2011, realizado no fim do ano passado. O objetivo foi “a contratação de empresa especializada no fornecimento de refeições preparadas, do tipo quentinha e self-service, para atender à demanda da Casa Civil e órgãos vinculados”. O valor: R$ 960 mil. Questionada sobre a aparente duplicidade de compras, a assessoria informou que as quentinhas são para outro público: os funcionários que não ocupam cargos de chefia nos palácios do Maranhão.
Até hoje o Maranhão é citado como um dos campeões nacionais em indigência. Mesmo com o aumento da renda nos últimos anos, o Estado segue com a maior proporção de pessoas abaixo da linha da miséria do Brasil – 13% – e com uma quantidade enorme de lares sofrendo com algum tipo de insegurança alimentar – 65%. Esses dados sugerem que as autoridades maranhenses precisam tratar a alimentação como prioridade. Não apenas nos palácios do governo.

Deputados criticam descaso do governo Roseana com estudantes do MA


Deputados ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (15), para denunciar o descaso da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) com milhares de estudantes do ensino médio no estado.
Primeira a se pronunciar, a deputada Cleide Coutinho (PSB) informou que no município de Caxias, localizado na região dos Cocais, a situação pior é constatada nos anexos do Centro de Ensino Thales Ribeiro Gonçalves, situados nos povoados Rodagem, Buruti Corrente, Cabeceira dos Cavalos e Chapada, que ainda não estão funcionando porque aguardam a contratação de professores. “Na sede de Caxias, as escolas funcionam normalmente”, disse.
Segundo ela, os anexos dos povoados Nazaré do Bruno, Estiva e Alecrim também enfrentam problemas, porque estão funcionando precariamente e alternadamente, também por falta de professores, que devem ser admitidos por concurso público, promovido pelo Governo do Estado, que é o responsável pelo ensino médio.
Para a deputada, os estudantes da Zona Rural já são sacrificados por razões que todos conhecem e a ainda não dispõe do mínimo que o governo tem o dever e a obrigação de oferecer: a regularidade e a eficiência do ensino em todos os municípios do Estado do Maranhão.
A parlamentar estranha o fato do secretário de Educação desconhecer a falta de professores para iniciar as aulas nos povoados de Caxias. “Não sou advogada, sou médica. Mas, sei que existem maneiras de promover a contratação dos professores”, afirmou.
Finalizando, Cleide Coutinho afirmou que todos não podem é continuar assistindo, de braços cruzados, os filhos das famílias pobres da zona rural de Caxias não ter direito ao aceso à educação. “A governadora Roseana Sarney sempre disse que governar bem é cuidar do povo. Mas ela não está cuidando nem dos estudantes”, lamentou.
Em seguida, o líder do Bloco Parlamentar de Oposição, Marcelo Tavares (PSB), disse que 40% das escolas de ensino do Maranhão estão sem aulas por falta de professores.
“Eu espero que o governo do Estado saiba aproveitar este programa, interagir com as políticas públicas do Estado e fazer disso uma alavanca importante para o futuro do Maranhão com essas crianças. E aí a gente compara com a negação do ensino médio, principalmente nas escolas da zona rural, nós ficamos preocupados com isso”, revelou.
O parlamentar se solidarizou com o discurso da colega de partido, Cleide Coutinho (PSB), que teceu críticas ao ensino estadual. “Os números que chegam ao meu conhecimento é de que 40% da rede estadual de ensino não está funcionando adequadamente, por falta de professores, e nós estamos nos aproximando na metade do ano letivo. Com isso, o Estado do Maranhão deixa de cumprir uma missão primordial, talvez a mais importante de um Governo, que é propiciar a chance da melhoria de vida aos maranhenses através da educação”, afirmou Marcelo Tavares, tecendo críticas também à Secretaria de Educação do Estado.
Por último, o deputado Othelino Neto (PPS) também criticou o descaso do governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seeduc), com milhares de estudantes do ensino médio de alguns municípios do Maranhão.
Segundo ele, as escolas estaduais dos municípios de Alto Alegre, Presidente Sarney e de Pinheiro ainda não iniciaram o ano letivo. “A situação em Pinheiro é ainda mais humilhante. Os estudantes foram duramente reprimidos pela Polícia Militar, quando protestavam contra a falta de aulas”, lamenta.
Para Othelino, o que está acontecendo em Alto Alegre e Presidente Sarney é realidade no município de Paulino Neves. De acordo com Othelino, por falta de professores, ainda não começou o ano letivo na única escola do município, que está prestes a cair. “O FNDE liberou cerca de R$ 800 mil para construir a nova escola”, disse.
O parlamentar reconhece que a Prefeitura de Paulino Neves já fez sua parte da contrapartida do governo federal para construir a escola, cedendo o terreno para erguer o prédio. “Por falta de interesse e burocracia do governo do Estado, a Escola de Paulino Neves ainda não foi construída”, lamenta.
Na avaliação e Othelino, esse é mais um caso que evidencia um problema grave, eminentemente por falta de gestão na área da educação do Maranhão. Ele reafirmou que não adianta colocar a culpa no Ministério Público que fez uma recomendação, em função da forma usada pelos gestores para contratar professores.
“Na realidade, é o concurso é a forma democrática, legítima e legal para contratar os professores. Ao invés de realizar um simples seletivo, o governo deve promover o concurso, que cria o vínculo e fortalece o quadro de professores e o sistema educacional do Maranhão”, disse Othelino. (Com informações da Agência Assembleia)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Flávio Dino afirma que não concorrerá à Prefeitura de São Luís: “participarei das eleições no MA, nas 217 cidades”.



Depois da tragédia que vitimou seu filho e que o abalou profundamente, o ex-deputado federal e presidente da Embratur, Flávio Dino, resolveu quebrar o silêncio sobre o seu futuro político. Ao responder questionamentos de amigos, eleitores e da imprensa, Flávio voltou a falar sobre sua candidatura à prefeito de São Luís e encerrou, de uma vez por todas, as especulações que giram sobre o celeuma.
Pela primeira vez, Flávio Dino admite, com convicção, que não disputará a eleição para a prefeitura de São Luís. Das outras vezes o comunista apenas dava sinais, com declarações dúbias, de que não concorreria em 2012, preservando-se para a disputada pelo governo do estado em 2014. Nesta terça-feira, Dino afirma, de forma incisiva, que não concorrerá ao Palácio La Ravardiére.
“Meu filho Marcelo foi assassinado no hospital Santa Lucia. Tenho o direito e o dever de lutar por justiça. No momento, essa é a prioridade”, diz Flávio Dino, sinalizando que não reúne condições de entrar na corrida eleitoral deste ano e que a prioridade, neste momento, é envidar todos os esforços para apurar e fazer justiça sobre a morte do filho Marcelo Dino.
“Apesar da imensa tragédia que vivo, tenho responsabilidade e compromisso. Por isso, participarei das eleições no Maranhão, nas 217 cidades”, assegura Dino. Mesmo declarando não ser candidato a prefeito, Flávio Dino garante que participará do pleito na capital. “Sobre a eleição em São Luis, há um processo em curso, que resultará no candidato que terá o meu apoio firme e decidido”, assevera.
Os nomes, em questão, que podem ter o apoio de Flávio são os pré-candidatos já postos Edivaldo Holanda Jr. (PTC), Eliziane Gama (PPS), Tadeu Palácio (PP) e Roberto Rocha (PSB). “Apoiaremos um candidato e um programa de mudanças, democrático e popular. Temos coerência e, como sempre, enfrentaremos as oligarquias”, reiterou. Antes, Dino aguarda um consenso entre os pré-candidatos em torno de um único nome para, em seguida, declarar seu apoio.
Foto: Facebook/ Com informações: John Cutrim.

domingo, 13 de maio de 2012

Eliziane Gama lança pré-candidatura em São Luis.


Covenhamos. A oposição está tirando, como nunca, uma da cara dos grupos Sarney e Castelo. Diariamente pautam os seus membros com as conversas, atitudes, declarações, entrevistas, acordos políticos, almoços e lançamentos de pré-candidaturas. Nada mais genial saber que a imprensa branca aceita a função de divulgar gratuitamente o fortalecimento dos pré-candidatos da linha Dinista.

Todos os dias a imprensa, principalmente os blogueiros alinhados aos Leões e Ravardière, encontra defeitos nos movimentos da oposição, esporadicamente conseguem divulgar algum passo dos dois candidatos de direita que afetem a turma da esquerda.

Como não poderia deixar de ser, o assunto da semana foi o almoço dos pré-candidatos seguido do grande encontro “Fala São Luís” para a confirmação da pré-candidatura de Eliziane Gama pelo PPS com a presença do histórico e controvertido Roberto Freire que rasgou as oligarquias no seu duro discurso. Deixando como o limite da convergência do seu partido na definição de um único candidato à prefeitura dentro do grupo formado pelo PCdoB, PTC, PSB, PRTB, PDT e PP.

Os outros pretendentes e presidentes de legenda mostraram nos seus pronunciamentos que a leitura do formato idealizado como o ideal continua sendo operado em todos os detalhes acertados. Todos enalteceram a candidata com afagos de quem sonha com o apoio do colega ao lado.

O espaço na assembleia legislativa estava abarrotado de políticos com mandato, outros querendo os seus mandatos, filiados eufóricos fazendo contraponto com os religiosos de paletós, a pouca imprensa autorizada e os mesmos de sempre olheiros. Visualmente não ficou a dever em nada para um cenário de convenção montado de painéis gigantes, balões, cantor gospel, banda de música e muito, muito barulho. Devidamente descrito no padrão dos encontros políticos.

Para que os da imprensa especializada no segmento político não fiquem sem assunto na próxima semana, consta na programação da agenda dos pré a reunião para definir a pesquisa seguido do tradicional almoço. Quanto à definição de quem vai ser o escolhido como candidato, melhor nem levantar da cadeira, ainda falta 28 dias para começar o prazo legal das convenções.

Assim caminha a eleição da capital, assim vai andar o Tadeu Palácio, a Eliziane Gama, o Roberto Rocha e Edvaldo Jr. e assim mesmo vão ser seguidos por um monte de gente.


Por: Felipe Klamt