quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Confirmado: Aldo Rebelo (PCdoB) é o novo ministro do Esporte.


Ele vai substituir Orlando Silva, que saiu após denúncia de fraude. Aldo Rebelo foi ministro de Lula e ex-presidente da Câmara.
Maurício Savarese
UOL
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é o novo ministro do Esporte. Foto: AE
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é o novo ministro do Esporte. Foto: AE
O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi anunciado nesta quinta-feira (27) como o novo ministro do Esporte.
Rebelo foi indicado pelo partido para ocupar a vaga de Orlando Silva, que deixou o cargo na quarta-feira (26) após acusações de desvio de dinheiro público. Com a escolha, a pasta continua sob domínio da legenda, que comanda o ministério desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Fui convidado pela presidenta para assumir o ministério”, afirmou Rebelo em entrevista coletiva após reunião com a presidente Dilma Rousseff nesta manhã. Questionado sobre quais serão suas primeiras medidas, Rebelo disse que “a presidente não entrou nos detalhes da pasta e não teria como fazer isso”. “Preciso entrar em contato com a equipe do ministério para começar a transição, só a partir daí posso falar”, completou.
Sobre a possibilidade da pasta perder as atribuições de lidar com a Fifa e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rebelo se limitou a dizer que suas tarefas serão cuidar da Copa do Mundo, das Olimpíadas e de todas as tarefas relacionadas ao ministério.
Mais cedo, no microblog Twitter, o ex-ministro desejou sorte a Rebelo: “Bom dia, Aldo Rebelo! Deus ilumine teus caminhos. Bom trabalho!”. Os nomes de Flávio Dino (PCdoB-MA) e da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também eram cogitados.
Rebelo está no sexto mandato na Câmara dos Deputados, sempre pelo PCdoB –já foi presidente da Casa e líder do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Rebelo também foi ministro da Coordenação Política durante a gestão de Lula. Na adolescência, atuou no movimento estudantil e foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Rebelo foi o relator da polêmica reestruturação do Código Florestal brasileiro, que ainda está em tramitação no Congresso. Neste ano, disputou uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União), mas perdeu para a deputada Ana Arraes (PSB-PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Na área do esporte, o novo ministro já foi considerado inimigo de Ricardo Teixeira por presidir a CPI da CBF/Nike, na Câmara. Depois, se aproximou do presidente da Confederação Brasileira de Futebol por intermédio de Mustafá Contursi, ex-presidente do Palmeiras.

Entenda as acusações contra os ministérios
O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), deixou o cargo no dia 26 de outubro após acusações de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita pelo policial militar João Dias Ferreira em entrevista a revista “Veja” do dia 15 de outubro.
Ferreira, preso no ano passado acusado de fazer parte de um esquema supostamente organizado pelo partido comunista para desviar dinheiro público usando ONGs como fachada, disse que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Em diversas ocasiões, Orlando Silva negou as irregularidades e disse que não havia nenhuma prova contra ele. Segundo o ministro, as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Nos dias seguintes, a pasta enfrentou uma série de novas acusações. Reportagem da “Folha de S.Paulo” afirmou que o ministro autorizou de próprio punho uma medida que beneficiou uma ONG do PM Ferreira. Em julho de 2006, Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a organização precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa do ministério.
Em outra denúncia levada ao ar pelo “Fantástico”, da TV Globo, a ONG Pra Frente Brasil, conveniada da pasta, foi colocada sob suspeita de desvio de dinheiro público –que deveriam atender 18 mil crianças e adolescentes. A gerente da ONG é a ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues e atual vereadora do PCdoB, na cidade paulista de Jaguariúna.

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