domingo, 17 de abril de 2011

OMISSÃO DO GOVERNO DO ESTADO COM A SAÚDE DOS MARANHÃO.

Por Flavia Costa

No dia 5 de abril de 2011, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Pedro Leopoldino, pediu a suspensão de atendimento dos pacientes do Maranhão em Teresina. 

Isso tudo ocorre porque o acordo firmado, em março de 2010, entre o gestor de saúde do Maranhão e Piauí não foi cumprido. O acordo seria que o Governo do Maranhão ressarcisse a FMS de Teresina em até três meses, pelos custos do atendimento de pacientes de 23 municípios maranhenses que se tratassem na capital do Piauí. 

Logicamente que o acordo não foi cumprido, comprometendo assim a qualidade do atendimento nos hospitais públicos de Teresina, posto que as despesas com pacientes do Maranhão prejudica a qualidade dos serviços prestados para os próprios moradores daquela cidade. E a suspensão foi a medida encontrada por Leopoldino para que o serviço de saúde de Teresina não viesse a se tornar um caos, como é o do Maranhão.

Segundo o presidente da FMS, no ano de 2009 foram gastos cerca de R$ 19 milhões com o atendimento de pacientes do Maranhão. E esse dinheiro poderia ter sido investido na melhoria da qualidade dos hospitais de Teresina. 

Na verdade, o que está acontecendo é que a problemática da saúde do Maranhão está sendo transferida para outros Estados. O governo ainda não conseguiu, junto com as prefeituras, organizar a rede pública de saúde do Maranhão. E no caso, o Piauí está sendo penalizado. 


Houve uma tentativa, por parte da gestão do falecido ex-governador Jackson Lago, de fortalecer as redes regionais de saúde, criando grandes hospitais regionais no estilo no Socorrão. Na época, apenas o Socorrão de Presidente Dutra foi construído, uma parceria entre a prefeitura e Governo do Estado. O projeto dos demais Hospitais Regionais não saiu do papel. Pinheiro, Imperatriz e Timon também deveriam receber esse tipo de unidade de saúde, porém o plano foi cancelado pelo governo de Roseana Sarney que criou a falácia dos 72 hospitais. 


Os Hospitais Regionais seriam de altas complexidade com atendimento de urgência e emergência, UTI´s adulto e infantil e centros cirúrgicos. Um bom projeto que diminuiria a “fila de ambulâncias” para Capital. Ao contrário dos 72 hospitais que são de média complexidade, e certamente os pacientes graves vão continuar a percorrer as rodovias do Estado para chegarem a São Luís.

Hospital de responsabilidade do Estado

Já que o gestor de saúde do Maranhão não quer dar continuidade aos repasses de verbas para a FMS de Teresina, pagando pelos atendimentos que são feitos em pacientes do Maranhão naquela cidade, que ao menos esse gestor invista no Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco de Timon, que é do Estado e tem atendimento precário. Nesse caso, seria uma ação que impediria que os maranhenses ultrapassassem a Ponte Metálica em busca de saúde do outro lado e também não sofressem constrangimentos. No mesmo hospital os funcionários que a mais de 10 anos trabalhavam no hospital foram injusta mente demitidos e os que restaram estão recebendo salário atrasado.


Ponte Metálica: Timon - Teresina

Outra vantagem seria a cessação de transferência de recursos do Maranhão para o Estado do Piauí. Os recursos ficariam no próprio Estado, fortalecendo as empresas maranhense distribuidoras de medicamentos e produtos hospitalares, além de empregar enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, serviços de limpeza e segurança do Maranhão, dessa forma corroborando com a política de emprego e renda para nossa gente. 

E quero dar meus parabéns ao presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Pedro Leopoldino, por essa atitude honrosa de preserva a vida do povo do Piauí, especialmente de Teresina, impedindo que a saúde dos piaueses fique comprometida por causa da omissão por parte do gestor de saúde do Maranhão. Gestor esse que não cuida de sua gente e não quer assumir suas responsabilidades, apenas transferi-las. Parabéns!

Fonte: Balaio Maranhão.

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