sexta-feira, 15 de abril de 2011

Dr. Jackson Lago, orai por nós!

Por Domingos Dutra


Após o segundo turno não vi mais Jackson Lago. Sabia de suas notícias através de Deoclides Macedo, Julião Amim, de Igor Lago e outros companheiros. Diziam-me que Jackson queria ficar só. Assim partiu Jackson: desgostoso, amargurado. Triste. Não foi o câncer o seu assassino.
Jackson se foi desgostoso com a armadilha preparada pelo Futi na armada operação Navalha, que lhe colocou no mesmo balaio da corrupção da Operação Barrica, do escândalo da Lunus, da estrada do Arame, da Usimar e tantas outras maracutaias praticadas pela oligarquia.
Jackson partiu desgostoso com a cassação injusta que lhe arrancou o mandato popular, orquestrada por José Sadam Mubark Kadaf, o qual, moveu céu e terra para recuperar o controle da capitania hereditária para família.
Jackson morreu desgostoso diante da campanha midiática difamatória e do boicote sistemático junto ao governo federal que sufocou o governo e minou sua legitimidade.
Jackson foi embora amargurado diante da traição de uma cambada de políticos que juravam amor eterno na mesa farta do governo, porém na hora do pega-prá-capar da cassação injusta fugiram do Palácio como o diabo fugiu da cruz e por fim, homiziaram-se no palanque da oligarquia.
Jackson morreu amargurado pelo silêncio incompreensível de lideranças nacionais de seu partido durante o massacre promovido por José Sadam no transcurso do governo e durante o processo da injusta cassação.
Jackson morreu de amargura pelo destroço do ginásio Costa Rodrigues, ainda hoje esquartejado de propósito, como símbolo do malfeito.
Jackson partiu triste pelo abandono dos aliados no último pleito, que o deixaram à míngua, zanzando na penúria material e eleitoral.
Jackson se foi triste com a ilha rebelde, que, esquecendo as suas exitosas administrações, se deixou ludibriar pela propaganda enganosa, bandeando-se para o lado de seus algozes.
Mas esta hora, refeito do desgosto, da amargura e da tristeza terrena, Jackson, com aquele sorriso largo está feliz da alma, pois já se encontrou com Bete Lago, Leonel Brizola, Darci Ribeiro, Maria Aragão, Francisco Julião, William Moreira lima, Padre Josino e tantos outros, que lhe receberam com uma honrosa festa: Bete Lago lhe ofereceu uma Curimatá do Rio Mearim. Leonel Brizola lhe deu um lenço vermelho e uma cuia de chimarão.
Francisco Julião lhe ofertou uma bandeira da reforma agrária. Maria Aragão foi logo avisando: ‘porrrra’, aqui não tem tristeza. Darci Ribeiro prometeu levá-lo a uma aldeia indígena celestial. Williaam Moreira Lima foi logo perguntando: cadê a Clay? Padre Josino avisou: já marquei a visita a Jesus Cristo.
Jackson, de camisa azul, após efusivos abraços, passou a relatar o sofrimento dos maranhenses: o aeroporto virou uma tapera. Na terra do Futi os presos são degolados. A governadora esfola os professores. Os hospitais estão fechados, obrigando os maranhenses a perambularem pelos hospitais do Piauí. Os desabrigados continuam míngua. Quilombolas são esquartejados. E a filha de Sadam dizendo: “este é só o começo! Eu não avisei que este seria o melhor governo de minha vida?”
Por isto Jackson, eu lhe peço: convide os companheiros que estão no céu para orar por nós que aqui ficamos.
Orai pelo PDT para que honre a tua memória e não se encante com a tua algoz.
Orai pela oposição para que deixe de facilitar o poder da oligarquia.
Orai pelos movimentos sociais para que acordem e lutem em defesa dos mais humildes.
Orai pelos os intelectuais para que rompam o silêncio que acarreta a todos nós.
Orai pela juventude para que, de mãos dadas com os professores e o nosso povo, saiam às ruas em defesa da liberdade.
Pois assim como os egípcios interromperam 30 anos de tirania e os tunisianos que acabaram com 42 anos de opressão, iremos sepultar em breve, com a força de tua oração, os 55 anos de domínio da oligarquia. Seja feliz.
Amém!
* Domingos Dutra é deputado federal pelo PT/MA.

Nenhum comentário: