O ambiente entre os servidores da administração direta da prefeitura de Timon e da educação municipal é o pior possível. Uma seqüência de salários atrasados está deixando a categoria dos funcionários cabisbaixa. Tem secretaria com três, quatro , cinco e fala-se em até seis meses de atraso nos salários, o que está levando muita gente a uma situação lamentável.
Principal empregadora do município, a prefeitura de Timon vem enfrentando problemas com a folha de pagamento dos funcionários há mais de ano. A situação se agravou muito desde o ano passado. Chegou, inclusive, a provocar um pedido de afastamento da prefeita Socorro Waquim na justiça. Formulado pelo promotor Eduardo Borges no começo deste ano, a ação pediu o afastamento do cargo da Prefeita e da Secretária de Educação Sueli Almeida, a indisponibilidade de seus bens, a busca e apreensão de computadores, além de outros meios de prova.
Caso fossem condenadas as duas gestoras poderiam ter pedidos seus cargos, ter seus direitos políticos suspensos por até 5 anos, além de pagar multa até 100 vezes a remuneração, com proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais. A justiça local acabou por não acatar o pedido baseando sua decisão na independência entre os poderes determinados pela Constituição Federal.
Mesmo com a denúncia do promotor de que a boa parte da gestão atual estava impregnada pela prática de improbidade administrativa e por isso atrasava salários, a administração municipal não tomou jeito. De janeiro até os dias atuais nada mudou para melhor na vida dos servidores municipais. Pelo contrário, o atraso no pagamento dos funcionários continua. Em alguns casos até piorou.
A administração chegou a noticiar que demitiu centenas de servidores, cortou gratificações e tomou outras medidas tentando buscar um equilíbrio nas contas da prefeitura na tentativa de colocar em dias o pagamento dos salários. Mas o anunciado nunca chegou a mudar em nada a sofrível situação dos funcionários.
Tanta espera por dias melhores fez com que muitos servidores cansassem de esperar. São muitos os casos deles que simplesmente abandonaram seus postos de trabalho por não agüentarem meses a fio sem receber. Órgãos que contavam com 30 funcionários foram abandonados por mais da metade dos servidores que preferiu não se deslocar mais ao trabalho por conta da incerteza em receber seus proventos.
Hoje na administração municipal não tem assunto mais recorrente do que o atraso nos salários dos funcionários seja nos corredores ou gabinetes. O problema atinge até aos planos políticos do governo que neste momento não pode nem pensar em eleger um aliado da prefeita Socorro Waquim para sucedê-la em 2012, pois o atraso no salário dos funcionários tem trazido um desgaste profundo a qualquer um dos nomes que se associam a administração municipal. Uma situação que não há candidato no mundo que consiga encontrar argumentos para defender a atual gestão.
(Jornal O Timonense)
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